Junho 17, 2025

Cuidar da sua alimentação também é uma forma de autocuidado

por Linus Tempo médio de leitura: 18 minutos

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Sacola de papel com frutas e vegetais frescos, como tomates, maçãs, laranjas, milho e brócolis, sobre fundo branco.
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Para falar sobre alimentação precisamos de sensibilidade e cuidado. Afinal, ela é fonte de prazer, conforto, cultura, sociabilidade e de nutrientes para nos manter vivos – de corpo e alma.

Mas a alimentação também está associada com inúmeros problemas de saúde, especialmente quando a relação com a comida se torna complicada, o que vemos em muitos lugares da internet e das redes sociais em formato de dietas malucas, cardápios que não funcionam no dia a dia e hábitos alimentares pouco saudáveis. 

O mais grave é que muitas das informações sobre o que devemos ou não comer aparecem de uma maneira que nos levam à culpa e impactam a autoestima.

Hoje vamos conversar sobre alimentação da forma que ela merece, pensando no autocuidado e na responsabilidade individual e coletiva. Você vai conferir:

Então, que tal conversar de forma séria sobre este tema? Vem com a gente!

Entenda a conexão entre alimentação e autocuidado

A nossa alimentação é a escolha daquilo que entra no nosso organismo, que nos sustenta, que nos mantém vivos. E é a origem de muito do nosso prazer. Por isso, ela resulta e é resultado direto de muito daquilo que somos, dos nossos padrões de comportamento sociais e culturais.

Então, cuidar da alimentação é cuidar da gente, é ter carinho, atenção e amor. É, com certeza, uma forma muito importante de autocuidado. Por isso, toda vez que notamos que há algo errado na nossa alimentação, a melhor saída é procurar ajuda especializada, de médicos nutrólogos e nutricionistas, para que os problemas da alimentação não resultem também em doenças físicas e até mesmo psicológicas.

Se você nunca olhou para a sua alimentação com atenção, comece a pensar mais nas suas escolhas alimentares como uma forma de cuidar, de respeitar o próprio corpo, as suas vontades e desejos.

Ressignificar a nossa conexão com os alimentos mesmo antes de eles chegarem no prato pode ser um passo importante. Desde o supermercado até a mesa, essa relação pode ser muito bem desenvolvida.

Você sabe o que é ter uma alimentação saudável?

A alimentação saudável é aquela que proporciona todos os nutrientes, vitaminas e minerais de que o organismo necessita para viver com saúde.

Porém, nem todos os organismos são iguais. E, no seu caso, a alimentação saudável é aquela que consegue fornecer o que é necessário para que você viva bem, dependendo da sua composição corporal, do seu metabolismo, das suas atividades diárias e também daquilo que você gasta somente para se manter vivo, ou seja, da taxa de metabolismo basal.

Mas nem tudo é matemático. Você também deve levar em consideração questões importantes como aquilo que você gosta, sua cultura alimentar e suas referências familiares.

Esses fatores contribuem para que a alimentação saudável seja uma constante na sua vida e também para que você se conecte emocionalmente com o que come – já ouviu falar em “comida conforto”? É exatamente isso. 

Uma boa referência para entender a alimentação no Brasil e como ela pode ser saudável está no Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde.

Quais são as características de uma alimentação saudável?

Uma questão básica: a alimentação saudável é variada e diversa. Então, não adianta achar que comer só um grupo de alimentos (ou sempre o mesmo prato) pode resultar em boa saúde. Quanto mais variadas forem suas refeições e seu prato, mais perto você estará de uma alimentação saudável.

Então, você deve ter na sua alimentação muitos vegetais, verduras e legumes crus e cozidos, cereais, gorduras e também proteína, que pode ser animal ou vegetal.

As proporções de cada grupo alimentar em geral respeitam um cálculo médio, mas, como dissemos antes, tem uma relação direta com as suas necessidades individuais, que são definidas pelo seu estilo de vida.

Para garantir todos os benefícios de uma alimentação saudável, é importante que você consuma bastante água durante o dia, evite doces e frituras, reduza o consumo de bebidas alcoólicas e equilibre a quantidade de carboidratos, proteínas e gorduras ao longo do dia.

Mas lembre-se da participação de um profissional da saúde alimentar no seu dia a dia, para garantir que todas as vitaminas e minerais essenciais para o bom funcionamento do corpo estejam sendo consumidos.

Você já ouviu falar em mindful eating?

Mindful eating é a aplicação do mindfulness, que é o exercício da atenção plena, na alimentação, com a intenção de somente apreciar o momento presente, sem julgamentos.

Isso é importante para que se tenha uma relação ainda mais saudável com a comida, respeitando os sinais do corpo. Na verdade, nós já temos essa capacidade, mas a perdemos devido a tantas outras coisas que fazemos ao mesmo tempo que comemos – como ver TV, celular e até conversar.

Algumas dicas para ter essa experiência:

  • Pare, pense e escolha os alimentos com atenção.

  • Aproveite todas as sensações na hora em que come.

  • Respire, leve os alimentos à boca devagar, mastigue bem e não engula sem prestar atenção nos sabores.

  • Evite distrações.

  • Faça refeições sentado na mesa e com tempo.

  • Observe e sinta o seu corpo, preste atenção às sensações antes e depois de comer.

Todos esses passos são fundamentais para, além da qualidade dos alimentos, ter uma experiência prazerosa e plena na alimentação.

Prato em forma de coração com vegetais, frutas e sementes, incluindo abacate, morangos, mirtilos, cenouras, brócolis, espinafre, sementes de chia e amêndoas.

Conheça os tipos de alimentação

Além de todo o cuidado que você pode ter com a sua alimentação, há também importantes movimentos e tipos de alimentação que podem ser interessantes para que você tenha uma relação ainda mais saudável com o ato de comer.

Tanto no respeito ao seu corpo como na atenção à vida animal e ao meio-ambiente, são diversas opções. Veja algumas delas:

Alimentação Macrobiótica

Com origem em um pensamento oriental, conhecido como "Yin e Yang" (energias opostas que se equilibram), a dieta macrobiótica é também um estilo de vida.

Ela traz algumas questões importantes, como o consumo de cereais, algas, sopas e apenas alguns tipos de carne (como peixe, por exemplo). Além dos produtos, também prevê como é o comportamento ideal ao comer. Entre esses comportamentos, está o número de vezes que se deve mastigar, pelo menos 50, antes de engolir.

Essa ideia de promoção da saúde e longevidade veio para o mundo ocidental e, desde a segunda metade do século passado, tornou- se uma referência alimentar para muita gente por aqui.

Alimentação Vegetariana

Por questões políticas ou preferências pessoais, a alimentação vegetariana é aquela que restringe o consumo de proteínas de origem animal.

Por não ter um único formato, ela também pode ser adaptada para os que incluem queijos, leite e outros derivados, que a chamam de lactovegetariana, para os que incluem ovos, ovovegetariana, e os que incluem os dois, no caso da ovolactovegetariana.

Além de ser muito importante para a diminuição de riscos com gorduras de origem animal para o organismo, ela é também uma ótima opção para quem se preocupa com o aquecimento global e as questões ambientais.

Alimentação Vegana

A alimentação vegana é parte do movimento de mesmo nome, que exclui do uso e da alimentação (e da vida) qualquer produto que seja resultado da exploração animal.

Isso quer dizer que não se deve consumir carne, ovos, leite, mas também mel e outros produtos que tenham, na sua composição ou forma de produção, qualquer indício de animais.

Para você conhecer mais a alimentação vegana e a vegetariana, leia este texto que escrevemos sobre o tema.

Alimentação Fitness

A alimentação fitness é aquela que é conectada às atividades físicas e ao melhor resultado possível para o corpo. Por isso, não existe alimentação fitness pronta para qualquer pessoa.

Como cada indivíduo desenvolve um ritmo de atividades na academia e quer um resultado específico, a dieta fitness deve ser montada em conjunto com nutricionista e educador físico, para que se tenha uma ideia clara dos objetivos e dos resultados previstos.

O cuidado com a alimentação quando se altera as atividades diárias é importante. Por isso, se você vai começar uma atividade física, busque auxílio profissional para modificar a alimentação de acordo com as novas necessidades.

3 tipos de autocuidado e a influência da alimentação em cada um deles

A alimentação é multifatorial, o que significa que ela deve considerar a nutrição, mas também é uma expressão da cultura e do bem-estar. Por isso, ela é uma forma de autocuidado e se manifesta em diferentes formas de cuidar de si. 

Autocuidado Físico

Massagens, exercícios físicos, descanso e alimentação. Todos esses cuidados são fundamentais para que você tenha uma vida saudável, tranquila e produtiva.

E essas atividades também podem fazer parte da sua aceitação física e do desenvolvimento de rotinas que priorizem a presença, a conexão com o corpo e com o ambiente, como tomar sol e ter contato com o meio-ambiente.

Autocuidado Emocional

Como nem só de saúde física nós vivemos, o cuidado com os aspectos emocionais é fundamental para qualquer pessoa, por mais que você considere que esteja vivendo um bom momento.

Aqui podemos pensar em momentos em que a alimentação é uma forma de nutrir relações, como nas festinhas em família, no café com os colegas de trabalho e no happy hour com as amigas. 

Além disso, o autocuidado emocional pode envolver seus hobbies, a conexão com seu pet, escrita terapêutica ou mesmo cuidado profissional como quando a assistência de psicólogos e psiquiatras é necessária para nos conectarmos conosco e com nossa saúde mental.

Autocuidado Espiritual

Além das questões emocionais, o cuidado com as nossas crenças, a atenção que temos para compreender o sentido das nossas vidas, tudo isso é importante para ter uma vida plena.

Por isso, reserve um tempo para meditar, orar, vibrar, rezar, dançar ou apenas para procurar algo que te conecte com você mesma e com o mundo ao seu redor. 

Um exemplo aqui é a própria alimentação vegana que consiste em viver de acordo com determinados valores e propósitos.

Com a possibilidade de ter autocuidado em todas as áreas da sua vida, com certeza você terá muito mais tranquilidade para se desenvolver pessoalmente e profissionalmente.

Má alimentação: 6 indícios de que você não está se alimentando bem

Voltando à alimentação, você pode notar que o que você come não é suficiente ou o mais adequado quando o corpo começa a dar sinais – e são vários.

Imunidade baixa

Uma das formas de notar que a alimentação não está adequada é a imunidade baixa. Nesse caso, você pode ficar doente por muito tempo ou com frequência, como com uma gripe, resfriado, rinite ou até algo mais grave, é importante observar a alimentação.

Unhas quebradiças

As unhas quebradiças podem indicar a falta de cálcio ou vitaminas, como a D. Além de ficarem quebradiças, elas podem também ficar muito finas e maleáveis, além de apresentarem uma textura diferente e mais áspera.

Mau hálito

Além de social, o mau hálito também é um problema de saúde. Muitas vezes, ele tem a ver com aquilo que a pessoa come e como o corpo metaboliza os alimentos.

Em geral, a gente tem os alimentos que ficam “conversando” durante horas depois que se come. Para alguns, cebola dá essa sensação; para outros, pimentão. E isso é resultado da dificuldade que o sistema digestivo tem de processar o alimento, que acaba ficando muito tempo no estômago.

O problema também pode ser resultado de um refluxo ou outros problemas gástricos, sendo importante a auto-observação para evitar o que piora o quadro e também o auxílio médico profissional.

Irritabilidade e prisão de ventre

O nosso humor tem uma relação muito estreita com o funcionamento do sistema digestivo. E, por isso, em determinadas situações, a alimentação influencia na irritabilidade.

Quando há a sensação de peso no abdômen e o intestino não está trabalhando direito, o resultado pode ser um mau humor tremendo e persistente. 

Uma dieta rica em fibras (verduras, legumes e frutas) com certeza vai fazer com que o intestino funcione melhor, melhorando o bem-estar e humor.

Cansaço e falta de disposição

O cansaço e a falta de disposição podem ter inúmeros motivos, mas também são indicativos da falta de alguns nutrientes essenciais.

Isso pode estar ocorrendo por uma dieta pobre em algum nutriente ou porque o seu organismo não está processando de forma correta a sua alimentação.

Por isso, se o cansaço e a falta de disposição insistem em fazer parte da sua vida, mesmo com uma dieta balanceada, a procura do médico precisa acontecer de forma urgente.

Culpa alimentar e compulsão

Infelizmente, para muitas pessoas, a alimentação é um tema difícil e imerso em estigmas que podem gerar sentimento de culpa e, em casos mais graves, compulsão.

Depois dessa conversa que propomos hoje, você deve estar pensando mais na sua alimentação, na sua relação com a comida e como pode melhorá-la. Mas, a coisa mais importante que podemos dizer agora é: livre-se da culpa!

Comer vai muito além das calorias. A alimentação é sobre nutrir corpo e alma. Se você sente que não tem se relacionado bem com a comida, o primeiro e mais corajoso passo é procurar ajuda profissional de um nutricionista, nutrólogo ou psicólogo.

A alimentação deve ser uma fonte de energia, bem-estar, prazer, saúde e alegria. Se hoje você sente que não está neste lugar, queremos te incentivar a ressignificar essa relação que, afinal, vai seguir conosco por toda a vida!

Alimentação na gravidez: o que se pode ou não comer?

Na gravidez, tem gente que ainda ouve aquilo que se dizia antigamente, que a mulher grávida deveria comer por dois.

E é claro que isso não é verdade. O mais importante, durante a gravidez, é adaptar a alimentação para as novas necessidades nutricionais e energéticas, que realmente se modificam enquanto um novo ser humano está se formando.

Além da gravidez, durante o puerpério e enquanto houver amamentação, a alimentação deve dar conta de preparar as necessidades do bebê e evitar que ele tenha contato com alguns alimentos.

Para você ter informações claras sobre isso, acesse o site do Ministério da Saúde, que tem um guia importante e completo sobre alimentação na gravidez.

Cardápio balanceado: Saiba como montar o seu!

Montar um cardápio balanceado depende de você, mas pode (e deve) ter ajuda profissional. Para que ele seja só seu, você precisa respeitar aquilo que gosta, a forma como aprendeu a comer desde a infância, o local que você vive, a sazonalidade da produção, a estação do ano, os aspectos culturais e muito mais.

Não adianta pegar um cardápio pronto na internet e achar que é possível seguir, pois aquilo foi feito pensando na realidade e comportamento de outra pessoa, e com certeza não fará sentido para você.

Muito provavelmente, mesmo sem sistematizar, você já adota uma certa cultura e certos hábitos alimentares. Que tal anotar e entender melhor sua alimentação hoje?

O mais importante de um cardápio balanceado é que ele seja majoritariamente baseado em alimentos de verdade. E o que é isso? Arroz, feijão, frutas, cereais, verduras, legumes, carnes, ovos, grãos e outros.

É muito importante reduzir o consumo de ultraprocessados, que são aqueles alimentos feitos pela indústria que tem na lista de ingredientes produtos que não são conhecidos. Alguns exemplos incluem: bolachas, refrigerantes, carnes processadas como salsicha, bolos prontos, comida congelada, margarina, sorvete, salgadinhos e outros.

Uma dica para montar um cardápio mais saudável é comprar os ingredientes na feira ou na horta perto da sua casa. Isso garante que você vai consumir alimentos mais frescos, muitas vezes orgânicos, sazonais e ainda ajudar pequenos produtores locais e reduzir a emissão de CO2 na cadeia produtiva daquilo que chega até sua mesa. 

Nós sabemos que nem sempre dá para cozinhar e fazer tudo do que jeito que gostaríamos, por isso também é importante conhecer iniciativas que facilitam a alimentação saudável e ambientalmente responsável.

Food to Save: sustentabilidade e consumo local

A Food to Save é um movimento que incentiva a transformar nossa relação com a comida ao conectar estabelecimentos (restaurantes, padarias e mercados) e consumidores.

A iniciativa disponibiliza alimentos de qualidade que, por motivos logísticos ou de rotatividade, seriam descartados — mesmo estando próprios para consumo.

A ideia por trás é combater o desperdício de alimentos, um problema global que impacta não só a economia, mas também o planeta. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação), cerca de 1/3 de toda a comida produzida no mundo vai para o lixo.

Ao resgatar esses alimentos, a Food to Save promove uma cadeia alimentar mais sustentável, reduzindo a pressão sobre recursos naturais e diminuindo a emissão de gases do efeito estufa ligados à produção e decomposição de alimentos.

Além disso, a plataforma incentiva o consumo de produtos locais, fortalecendo pequenos negócios e reduzindo a necessidade de longos transportes — outro fator de impacto ambiental. 

Ao optar por essa alternativa, você não só economiza, mas também contribui para um sistema alimentar mais justo e consciente.

Sacola de papel com a inscrição 'FOOD TO SAVE' e a mensagem 'Juntos Contra o Desperdício', com destaque para a hashtag #CONSUMO CONSCIENTE.

Como isso se conecta com a Linus?

Na Linus, acreditamos que cuidar de si e do planeta são atos inseparáveis. A Food to Save reflete valores que defendemos: sustentabilidade, consumo responsável e bem-estar coletivo. 

Ao evitar o desperdício, você pratica um autocuidado que vai além do prato — é um gesto de respeito ao meio ambiente e às futuras gerações.

Seja na alimentação ou na escolha do calçado que você vai usar, são nossas escolhas diárias, grandes e pequenas, que nos conectam com nossos valores e com o impacto que queremos deixar no mundo.

 

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