Greenwashing: o que é e como evitar ser enganado?
março 11, 2022

Greenwashing: o que é e como evitar ser enganado?

por Linus

Você já se interessou por um produto pensando que ele fosse sustentável, eco-friendly, vegano etc. e na hora de conferir a embalagem ou o histórico da marca não era nada disso? Pois é, isso é greenwashing.

Desde que parte da sociedade começou a pensar mais sobre sustentabilidade e levar esses aspectos em conta na hora de comprar, as marcas que adotam práticas que preservam o meio ambiente têm ganhado destaque e a preferência de muitos consumidores. 

Entretanto, algumas marcas querem os benefícios do mercado sustentável, sem ter que realmente mudar seus produtos ou processos e é aí que partem para o greenwashing.

Vamos entender um pouco mais sobre o greenwashing, conhecer alguns exemplos e aprender como não nos deixar enganar por ele? Você vai conferir:

O que é greenwashing?

A tradução de greenwashing em português é “lavagem verde” ou “maquiagem verde”.

O termo foi criado em 1986 pelo ativista ambiental norte-americano Jay Westerveld que, já naquela época começou a identificar ações que se justificam no meio ambiente, mas no final das contas era só para benefício da empresa.

Sim, vamos explicar o que é greenwashing: é o ato de criar um discurso de propaganda de um produto ou serviço de forma que ele pareça ambientalmente responsável quando, na prática, isso não é verdade.

É uma estratégia usada por empresas não só para vender uma falsa sustentabilidade, como também para esconder ações que, na verdade, prejudicam o meio ambiente.

E você pode se perguntar por que as empresas chegam a mentir sobre o tema. A resposta está em você mesma, consumidora consciente da Linus.

Uma pesquisa feita pelo SPC Brasil e pelo Meu Bolso Feliz mostrou que, em 2018, 71% dos consumidores davam preferência a produtos de marcas comprometidas com ações ambientais e sociais e 56% chegavam a desistir da compra se a empresa adotasse práticas nocivas ao meio ambiente.

Portanto, a intenção dessas empresas ao aderir ao greenwashing é abocanhar essa fatia promissora dos consumidores que valorizam marcas sustentáveis e ecologicamente responsáveis.

E por que mentir? Porque produzir de forma ambientalmente sustentável tem um custo – muitas vezes elevado – e exige que a empresa reveja grande parte de sua cadeia de produção, da matéria-prima às práticas do dia a dia.

Aquelas que não podem (ou não querem) se comprometer com esse movimento, mas querem parecer ambientalmente engajadas, encontraram essa maneira mais “fácil” – e totalmente antiética – de atrair esses consumidores.

Exemplos Comuns de greenwashing

Se, em teoria, é fácil entender o que é o greenwashing, na prática fica tudo mais confuso. Algumas estratégias maquiar um produto como ecologicamente responsável são sutis e incluem:

  • Colocar na embalagem que o produto é “ecológico”, mas sem apresentar provar como certificados, selos de garantia e descrição dos ingredientes;
  • Camuflar o custo ambiental de uma prática, como ao incentivar o uso de copo plástico para economizar água na lavagem;
  • Uso de expressões vagas nas embalagens para gerar incerteza no consumidor, como “natural”, “amigo do meio ambiente”, “sustentável”;
  • Uso de componentes falsos no rótulo, como uma imagem semelhante ao de um selo ambiental legítimo; 
  • Informar compromissos irrelevantes, como ao afirmar que um produto é “livre de CFC,” sendo que o CFC é proibido por lei;
  • Minimizar problemas ambientais, como um produto descartável que afirma usar menos plástico, sendo uma distração do fato de qualquer descartável é prejudicial ao meio ambiente;
  • Afirmações falsas, como ao afirmar que um produto tem descarte seletivo, quando a empresa não tem controle sobre isso.

Existem exemplos mais ou menos sutis de greenwashing no mercado brasileiro e internacional.

Um caso conhecido é o da Volkswagen que falsificou os resultados da emissão de poluentes nos motores a diesel. A empresa enganou consumidores e entidades e, quando o escândalo veio à tona, o CEO pediu demissão do cargo.

Já a General Motors inseriu o prefixo “Eco” em motores e sistemas de transmissão, afirmando que eles reduziam a emissão dos gases responsáveis pelo efeito estufa. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), órgão responsável por fiscalizar e regular a ética na publicidade no Brasil, analisou essas afirmações e confirmou que elas não estavam embasadas. Como resultado, a empresa teve que alterar a nomenclatura de seus produtos.

A JBS é outra empresa que mentiu suas práticas e está sendo processada nos EUA por afirmações inverídicas como de que seria carbono neutro até 2040 e fazendo divulgações, como: “A agricultura pode ser parte da solução climática. Bacon, asas de frango e bife com zero emissões”.

Pois é, tem muita empresa querendo vender-se com práticas sustentáveis quando, na verdade, não estão nem um pouco comprometidas com rever suas práticas. 

Impactos do greenwashing

Uma pesquisa do IDEC realizada em 2018, analisou mais de 500 embalagens de produtos de higiene e cosméticos, produtos de limpeza e utilidade doméstica e identificou informações falsas sobre a responsabilidade ambiental em 48% dos casos.

A moda é uma das indústrias mais poluentes, responsável por 8% da emissão de gás carbônico, ficando atrás apenas do setor petrolífero. Na moda, é muito comum identificar sinais de greenwashing como “incerteza” quando as marcas usam o termo “natural”, “orgânico” ou “vegano”, afinal, nem toda matéria-prima de origem natural é obtida de forma ecológica e um produto vegano pode usar alternativas sintéticas nada sustentáveis.

O impacto principal do greenwashing recai sobre os consumidores. A desinformação leva a decisões de compra que não representam o real desejo e comprometimento individual com opções mais sustentáveis.

A prática de greenwashing ainda tem como consequência impactos negativos e prejudiciais ao meio ambiente, ao mesmo tempo que desestimula ações mais sustentáveis por parte das empresas.

As empresas acusadas de greenwashing também podem se prejudicar, comprometendo a reputação e enfrentar ações regulatórias e legais, incluindo multas e sanções.

Como identificar greenwashing?

Felizmente, existem órgãos oficiais do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, como Procon, Senacon e Ministério Público fiscalizam, que controlam e podem punir empresas que se utilizam dessa estratégia, que nada mais é do que uma propaganda enganosa. 

Apesar disso, é importante se manter vigilante em relação aos nossos hábitos de consumo para não cair nessas ciladas. A seguir, listamos algumas ações que você pode adotar para evitar o greenwashing: 

  • Leia o rótulo dos produtos, com atenção para os ingredientes e matérias primas utilizadas e certificados;
  • Pesquise sobre a empresa na internet. Empresas realmente comprometidas geralmente têm uma área em seu site dedicada a explicar seus processos;
  • Não sei deixe levar por termos vagos (“natural”, “ecológico”, “vegano”) ou pela aparência da embalagem (cores, ilustrações, materiais ou “selos”). Vá além e se informe um pouco mais;
  • Se você quer confirmar a veracidade das informações, entre em contato com o SAC da empresa e solicite provas concretas de tais afirmações;
  • Conheça os selos e certificações ambientais oficiais para conseguir identificar nas embalagens quando algum deles é falso.

Com a recorrência, essas práticas, aos poucos, vão se tornando hábitos que garantem que você consuma o que realmente quer e fique menos suscetível a acreditar no que as empresas estão afirmando.

Ah, encontrou algo inconsistente e está suspeitando de greenwashing? Denuncie aos órgãos oficiais!

    Como verificar alegações ambientais das marcas?

    Nós sabemos que nem sempre é fácil verificar as informações das empresas. No cenário ideal, deveríamos poder confiar no que nos é informado, não é mesmo?

    Então, primeiramente, não se culpe se já foi enganada pelo greenwashing, aqui já passamos por isso também!

    Mas, se você quer se prevenir no futuro, o IDEC, por exemplo, tem ótimos conteúdos sobre o tema.

    Na página de selos ambientais, por exemplo, você pode entender quais são eles para evitar marcas que estão tentando se passar por empresas certificadas. Os selos ambientais são certificações emitidas por organizações independentes que garantem que os produtos ou serviços de uma empresa atendam a certos critérios de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. Alguns exemplos de selos reconhecidos incluem o Selo Verde, o EU Ecolabel, e o Selo FSC (Forest Stewardship Council). Ao conhecer esses selos e suas exigências, você pode fazer escolhas mais informadas e evitar empresas que fazem alegações infundadas sobre serem ecologicamente corretas.

    greenwashing

    E nossas dicas e exemplos, lá em cima, sobre o greenwashing também ajudam a conferir embalagens e marcas para averiguar se são mesmo ambientalmente responsáveis e sustentáveis antes da compra.

    Dicas práticas para empresas evitarem greenwashing

    Quando se fala em greenwashing, é comum que a gente atribua essa prática unicamente ao marketing da empresa. Precisamos pensar que essa estratégia está ligada à essência da marca e a sua falta de ética como um todo, por isso, precisamos estar atentos para cobrar delas um posicionamento.

    Se você tem ou faz parte de uma empresa, também separamos dicas de como evitar o greenwashing:

    • Seja totalmente transparente com seus consumidores ao divulgar informações sobre os produtos, processos e impactos ambientais;
    • Adote certificações verificáveis que dão reconhecimento às suas ações sustentáveis e se não as conseguir no momento, seja honesto;
    • Tenha métricas e objetivos realistas quando o assunto é meio ambiente;
    • Não use palavras de cunho ecológico e sustentável se não tiver resultados a apresentar nessas áreas;
    • Eduque seus colaboradores sobre práticas sustentáveis e éticas;
    • Responsabilizar-se integralmente pelos impactos ambientais decorrentes na sua atuação ao longo de toda a cadeia produtiva.

    Mesmo empresas que, no momento, não conseguem ser exemplos de práticas sustentáveis, não precisam caminhar para o greenwashing. Comprometa-se com o que é possível para o seu negócio e seja transparente e honesto sobre isso.

      Histórias de sucesso em sustentabilidade

      Acreditamos que uma marca só é sustentável quando é justa com sua cadeia produtiva, com sua comunidade de clientes e com o planeta. Da compra de matéria-prima até o dia a dia no escritório, aplicamos processos sustentáveis em cada área da Linus.

      A Linus tem 3 selos ambientais, são eles: Muda Recicla, que garante que compensamos 100% do plástico e dos papéis que utilizamos; o selo The Vegan Society, que garante que nossos produtos são veganos; e a Future Carbon, que certifica que compensamos o dobro das nossas emissões de carbono.

      Produzir e consumir de forma sustentável não é mais uma opção, é o único caminho para preservar nossa existência nesse planeta. 

      A Linus tem a sustentabilidade como valor desde a sua origem. Para nossas sandálias usamos PVC ecológico microexpandido, um material 100% reciclável.

      Daí, na hora de enviar a Linus para sua casa, somos zero plástico, ou seja, é tudo embaladinho e preparado para chegar para você sem nenhum componente plástico na embalagem.

      greenwashing

      Como vimos, as empresas que aderem ao greenwashing querem atingir consumidores mais responsáveis e conscientes. Portanto, nós, como consumidores, temos o poder de mobilizar o mercado e dar início a grandes transformações. Vamos começar?

      Ah, se quiser fazer essa caminhada junto com a gente, vem conferir a coleção completa da Linus e vamos juntas em busca de um planeta mais sustentável.