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fevereiro 14, 2022

Cuidar da sua alimentação também é uma forma de autocuidado

por Equipe Linus

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Falar sobre alimentação, às vezes, pode ser complicado. Afinal, por mais que ela nos dê prazer, conforto e nos mantenha vivos, também é a origem de inúmeros dos problemas de saúde que temos.

E, como a relação das pessoas com a alimentação pode ser muito complicada, aparecem, em muitos lugares da internet e das redes sociais, dietas malucas nada saudáveis que por vezes acompanham cardápios que não funcionam no dia a dia.

O mais grave é que muitas das informações sobre o que devemos ou não comer aparecem de uma maneira que nos levam à culpa e impactam nossa autoestima.

Quem nunca ouviu “perder peso só depende da sua força de vontade”? É claro que isso não é verdade, e frases como essa deixam as pessoas muito inseguras.

Então, que tal conversar de forma séria sobre este tema? Vamos lá?

Entenda a conexão entre alimentação e autocuidado

A nossa alimentação é a escolha daquilo que entra no nosso organismo, que nos sustenta, que nos mantém vivos. E também é a origem de muito do nosso prazer. Por isso, ela resulta e é resultado direto de muito daquilo que somos, dos nossos padrões de comportamento sociais e culturais.

Então, cuidar da alimentação é cuidar da gente, é ter carinho, atenção e amor. É, com certeza, uma forma muito importante de autocuidado. Por isso, toda vez que notamos que há algo errado na nossa alimentação, a melhor saída é procurar ajuda especializada, de médicos nutrólogos e nutricionistas, para que os problemas da alimentação não resultem também em doenças físicas e até mesmo psicológicas.

Se você nunca olhou para a sua alimentação com atenção, comece a pensar mais nas suas escolhas alimentares, como uma forma de cuidar, de respeitar o próprio corpo, as suas vontades e desejos.

Ressignificar a nossa conexão com os alimentos mesmo antes de eles chegarem no prato pode ser um passo importante. Desde o supermercado até a mesa, essa relação pode ser muito bem desenvolvida.

Você sabe o que é ter uma alimentação saudável?

A alimentação saudável é aquela que proporciona todos os nutrientes, vitaminas e minerais de que o seu organismo necessita para viver com saúde.

Porém, nem todos os organismos são iguais. E, no seu caso, a alimentação saudável é aquela que consegue dar o que é necessário para que você viva bem, dependendo da sua composição corporal, do seu metabolismo, das suas atividades diárias e também daquilo que você gasta somente para se manter vivo, ou seja, da taxa de metabolismo basal.

Mas nem tudo é matemático. Você também deve levar em consideração questões importantes como aquilo que você gosta, sua cultura alimentar, suas referências familiares, que podem fazer toda a diferença para que uma alimentação saudável seja estável na sua vida. Uma boa referência para entender a alimentação no Brasil e como ela pode ser saudável está no Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde.

Quais as características de uma alimentação saudável?

Uma questão é básica: a alimentação saudável é variada. Então, não adianta achar que comer só um grupo de alimentos pode resultar em boa saúde. Quanto mais variado for o seu prato, mais perto você estará de uma alimentação saudável.

Então, você deve ter na sua alimentação muitos vegetais, verduras e legumes crus e cozidos, cereais, gorduras e também proteína, que pode ser animal ou vegetal.

As proporções de cada grupo alimentar em geral respeitam um cálculo médio, mas, como dissemos antes, tem uma relação direta com as suas necessidades, que são definidas pelo seu estilo de vida.

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Para garantir todos os benefícios de uma alimentação saudável, é importante que você consuma bastante água durante o dia, evite doces e frituras, reduza o consumo de bebidas alcoólicas e equilibre a quantidade de carboidratos, proteínas e gorduras ao longo do dia.

Mas lembre-se da participação de um profissional da saúde alimentar no seu dia a dia, para garantir que todas as vitaminas e minerais essenciais para o bom funcionamento do corpo estejam sendo consumidos.

Você já ouviu falar em mindful eating?

Mindful eating é a aplicação do mindfulness, que é o exercício da atenção plena, na alimentação, com a intenção de somente apreciar o momento presente, sem julgamentos.

Isso é importante para que se tenha uma relação ainda mais saudável com a comida, respeitando os sinais do corpo. Na verdade, nós já temos essa capacidade, mas a perdemos devido a tantas outras coisas que fazemos ao mesmo tempo que comemos.

Algumas dicas para ter essa experiência:

  • Pare, pense e escolha os alimentos com atenção.
  • Aproveite todas as sensações na hora em que come.
  • Respire, leve os alimentos à boca devagar e não engula sem prestar atenção nos sabores
  • Evite distrações.
  • Faça refeições sentado na mesa.
  • Observe e sinta o seu corpo, preste atenção aos seus sinais antes e depois de comer.

Todos esses passos são fundamentais para, além da qualidade dos alimentos, ter uma experiência prazerosa e plena na alimentação.

Conheça os tipos de alimentação

Além de todo o cuidado que você pode ter com a sua alimentação, há também importantes movimentos e tipos de alimentação que podem ser interessantes para que você tenha uma relação ainda mais saudável com o ato de comer.

Tanto no respeito ao seu corpo como na atenção à vida animal e ao meio-ambiente, são diversas opções. Veja algumas delas:

Alimentação Macrobiótica

Com origem em um pensamento oriental, conhecido como "Yin e Yang" (energias opostas que se equilibram), a dieta macrobiótica é também um estilo de vida.

Ela traz algumas questões importantes, como o consumo de cereais, algas, sopas e apenas alguns tipos de carne (como peixe, por exemplo). Além dos produtos, também prevê como é o comportamento ideal ao comer. Entre esses comportamentos, está o número de vezes que se deve mastigar, pelo menos 50, antes de engolir.

Essa ideia de promoção da saúde e longevidade veio para o mundo ocidental e, desde a segunda metade do século passado, tornou- se uma referência alimentar para muita gente por aqui.

Alimentação Vegetariana

A alimentação vegetariana parte de um pressuposto de que as proteínas de origem animal devem ser evitadas.

Por não ter um único formato, ela também pode ser adaptada para os que incluem queijos, leite e outros derivados, que a chamam de lactovegetariana, para os que incluem ovos, ovovegetariana, e os que incluem os dois, no caso da ovolactovegetariana.

Além de ser muito importante para a diminuição de riscos com gorduras de origem animal para o organismo, ela é também uma ótima opção para quem se preocupa com o aquecimento global e as questões ambientais.

Alimentação Vegana

A alimentação vegana é parte do movimento de mesmo nome, que exclui do uso e da alimentação (e da vida) qualquer produto que seja resultado da exploração animal.

Isso quer dizer que não se deve consumir carne, ovos, leite, mas também mel e outros produtos que tenham, na sua composição, qualquer indício de animais.

Para você conhecer mais a alimentação vegana e a vegetariana, leia este texto que escrevemos sobre o tema.

Alimentação Fitness

A alimentação fitness é aquela que é conectada às atividades físicas e ao melhor resultado possível para o corpo. Por isso, não existe alimentação fitness pronta para qualquer pessoa.

Como cada indivíduo desenvolve um ritmo de atividades na academia e quer um resultado específico, a dieta fitness deve ser montada em conjunto com nutricionista e educador físico, para que se tenha uma ideia clara dos objetivos e dos resultados previstos.

O cuidado com a alimentação quando se altera as atividades diárias é importante. Por isso, se você vai começar uma atividade física, busque auxílio profissional para modificar a alimentação de acordo com as novas necessidades.

3 tipos de autocuidado e a influência da alimentação em cada um deles

Como já falamos aqui, a alimentação é também uma forma de autocuidado. Afinal, quando olhamos para ela como uma forma de termos o melhor para a nossa vida, com atenção às nossas necessidades, ao nosso corpo e ao nosso bem-estar, tudo fica mais fácil.

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Então, a atenção com a alimentação deve ser um dos tipos de autocuidado que você tem. E, se você quer saber ainda mais sobre como ter muita dedicação para você mesma, leia este texto que publicamos sobre autocuidado.

E vale lembrar que o autocuidado deve estar presente em todos os momentos e interações da sua vida:

Autocuidado Físico

Massagens, exercícios físicos e alimentação. Todos esses cuidados são fundamentais para que você tenha uma vida organizada, tranquila e produtiva.

E essas atividades também podem fazer parte da sua aceitação física e do desenvolvimento de rotinas para que você se sinta cada vez mais e possa experimentar o prazer da sua própria atenção.

Inclua momentos de autocuidado na sua rotina diária, primeiramente marcando na agenda para não deixar de lado. Depois, naturalmente, essas rotinas vão se integrar na sua vida.

Autocuidado Emocional

Como nem só de saúde física nós vivemos, o cuidado com os aspectos emocionais é fundamental para qualquer pessoa, por mais que você considere que esteja vivendo agora um bom momento.

Observar-se, pensar no que realmente você quer, ou gosta, é importante para que as avalanches emocionais do dia a dia e a preocupação com as outras pessoas não faça você esquecer do que quer e precisa para viver bem.

Se for necessário, a ajuda profissional é importante. Terapias, psicólogos e psiquiatras são profissionais que podem fazer parte do seu entendimento como indivíduo e do seu cuidado pessoal.

Autocuidado Espiritual

Além das questões emocionais, o cuidado com as nossas crenças, a atenção que temos para compreender o sentido das nossas vidas, tudo isso é importante para ter vida plena.

Por isso, reserve um tempo para meditar, orar, vibrar, rezar ou apenas para procurar algo que faça com que você possa se sentir melhor.

Com a possibilidade de ter autocuidado em todas as áreas da sua vida, com certeza você terá muito mais tranquilidade para se desenvolver pessoalmente e profissionalmente.

Má alimentação: 5 indícios de que você não está se alimentando bem

Voltando à alimentação, você pode notar que o que você come não é suficiente também quando o corpo dá sinais.

E ele dá sinais o tempo todo, seja com dores, inflamações e outras formas de manifestação.

Afinal, as doenças e outros sinais são a forma como o corpo se comunica, dizendo que há algo errado.

Então, veja alguns sinais que o corpo pode dar, indicando algum problemas na sua alimentação:

Imunidade baixa

Uma das formas de notar que a alimentação não está adequada é a imunidade baixa. E alguns indícios neste caso são claros.

Quando você está doente durante muito tempo, sempre com algum problemas, uma gripe, um resfriado, ou até algo mais grave, é importante observar a alimentação.

O corpo precisa de todos os grupos de alimentos para construir o sistema imunológico, e por isso falar com o médico nutrólogo ou com o nutricionista é fundamental.

Unhas quebradiças

As unhas quebradiças podem indicar a falta de cálcio no organismo, ou mesmo a falta de vitamina D, que faz com que o cálcio seja mantido no nosso corpo.

Além de ficarem quebradiças, elas podem também ficar muito finas e maleáveis, além de apresentarem uma textura diferente e mais áspera.

Mais do que isso, uma dieta pobre em proteínas (que podem ser animais ou vegetais) também pode resultar em diversos problemas com unhas, cabelo e mesmo na pele.

Mau hálito

Um dos grandes problemas sociais que as pessoas têm é o mau hálito, não é mesmo? Porque realmente fica difícil interagir com quem parece que comeu algo estragado.

E, em algumas circunstâncias, o mau hálito tem a ver com aquilo que a pessoa come. E, claro, com a forma que o corpo dela metaboliza os alimentos.

Em geral, a gente tem os alimentos que ficam “conversando” durante horas depois que se come. Para alguns, cebola dá essa sensação; para outros, pimentão. E isso é resultado da dificuldade que o sistema digestivo tem de processar o alimento, que acaba ficando muito tempo no estômago.

Irritabilidade e prisão de ventre

O nosso humor tem uma relação muito estreita com o funcionamento do sistema digestivo. E, por isso, em determinadas situações, a alimentação influencia na irritabilidade.

Quando há a sensação de peso no abdômen e o intestino não está trabalhando direito, o resultado pode ser um mau humor tremendo. Não é à toa que uma das palavras que se usa para dizer que uma pessoa está irritada é enfezado, isto é, cheio de fezes.

Uma dieta rica em fibras (verduras, legumes e frutas) com certeza vai fazer com que o intestino funcione melhor e você estará com muito mais tranquilidade na relação com as pessoas.

Cansaço e falta de disposição

O cansaço e a falta de disposição podem ter inúmeros motivos, mas principalmente indicam falta de alguns nutrientes essenciais.

Isso pode estar ocorrendo por uma dieta pobre em algum nutriente ou porque o seu organismo não está processando de forma correta a sua alimentação.

Por isso, se o cansaço e a falta de disposição insistem em fazer parte da sua vida, mesmo com uma dieta balanceada, a procura do médico precisa acontecer de forma urgente.

Alimentação na gravidez: o que se pode ou não comer?

Na gravidez, tem gente que ainda ouve aquilo que se dizia antigamente, que a mulher grávida deveria comer por dois.

E é claro que isso não é verdade. O mais importante, durante a gravidez, é adaptar a alimentação para as novas necessidades nutricionais e energéticas, que realmente se modificam enquanto um novo ser humano está se formando.

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Além da gravidez, durante o puerpério e enquanto houver amamentação, a alimentação deve dar conta de preparar as necessidades do bebê e evitar que ele tenha contato com alguns alimentos.

Para você ter informações claras sobre isso, acesse o site do Ministério da Saúde, que tem um guia importante e completo sobre alimentação na gravidez.

Cardápio balanceado: Saiba como montar o seu!

Montar um cardápio balanceado depende de você, mas pode (e deve) ter ajuda profissional. Para que ele seja só seu, você precisa respeitar aquilo que gosta, a forma como aprendeu a comer desde a infância, fazendo com que ele seja uma adaptação daquilo que você já faz.

Se você for a uma nutricionista realmente preocupada com a sua saúde, ela vai primeiramente ouvir e observar como você come atualmente, para só então sugerir uma dieta.

Não adianta pegar um cardápio pronto na internet e achar que é possível seguir. Isso porque ele foi feito pensando nos comportamentos e nas realidades de outras pessoas, e com certeza não farão sentido para você.

Por isso, a escolha ideal é aquela que respeita a sua vida, e por isso deve ser pensada em conjunto com um profissional que possa fazer essa observação de forma competente.

Livre-se da culpa

É claro que, depois de todas essas discussões, você deve estar pensando na sua alimentação, na sua relação com a comida e como pode melhorá-la.

Mas, a coisa mais importante que podemos dizer agora é: livre-se da culpa!

Mesmo quem tem toda a responsabilidade e organização na alimentação pode ter uma tentação e fazer um brigadeiro improvisado de madrugada. Não tem porque se punir por isso depois.

Afinal, comer vai muito além das calorias. Alimentação é sobre nutrir seu corpo e cuidar do seu bem-estar :)

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Por isso, mantenha uma relação saudável com a comida e tenha como parceira para ter prazer, energia e fazer o corpo funcionar. E, se de vez em quando ela fizer parte de um stress ou um momento de ansiedade, é só ter consciência disso e tentar se alimentar melhor no dia seguinte.

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